sábado, 19 de setembro de 2009

XIV Bienal do livro


Terça-feira, dia 15 de setembro de 2009, foi a vez de 20 alunos do curso técnico de audiovisual do Instituto politécnico da UFRJ em Cabo Frio, participarem da XIV BIENAL do livro do Rio de Janeiro. O grupo não só visitou estandes e novidades literárias como realizou entrevistas com escritores, editores e público visitante. Ou seja, nos somamos aos mais de 33 mil visitantes do evento com a incumbência de mostrar, em vídeo para toda a escola, um pouco do que aconteceu no evento.
Dessa forma, além da viajem e da experiência na feira de livros, primeira para a maioria dos alunos, a oportunidade somou-se ao registro de imagens que se traduzirá em atividade de prática de edição no curso técnico.
Já no evento, estandes sofisticados explanavam o poder aquisitivo de certas editoras. E livros caros enchiam os olhos, mas ficavam nas estantes. A maioria dos alunos de escolas públicas apenas passeava. Uma mostra de que a BIENAL continua sem alterar o panorama da cultura literária brasileira: quem tem dinheiro tem acesso! Nesse sentido é bom pensar se o evento dá mais importância aos livros mesmos ou a venda e ao lucro. Durante as atividades de gravação os alunos problematizaram o evento enquanto grande show de luzes e preços, muitas vezes ainda altos.
Cabe lembrar que a BIENAL termina neste domingo dia 20. Que a oferta de livros é imensa mas que os descontos poderiam ser maiores para professores e existentes para alunos.
Rafael Alvarenga

sábado, 12 de setembro de 2009

Bollyworld ou "Bollywood"?


Com cerca de 1,2 bilhão de habitantes e 23 línguas oficiais a muli-ética e pluralista Índia conta sua história no subcontinente indiano. É claro que exotismo não falta para qualquer que seja a inspiração, diriam. Entretanto, não parece que essa máxima funciona quando o assunto é cinema! Devido ao fato da tv na Índia ter sido aberta para emissoras privadas apenas em 1990 (antes disso havia apenas a trasmissão governamental guiada por propagandas e informes), o cinema ainda é, senão a única, a principal forma de entretenimento. Por isso não transformam-se em absurdos os seguintes números: 3,6 bilhões de ingressos vendidos por ano. Ingresso esse que custa menos que um "naan"pão indiano ( aqui vale ressaltar que dos 1,2 bilhão de habitantes apenas 200 milhões são consumidores; vivendo o restante em vergonhosa miséria); e uma produção três vezes maior que a de Hollywood.
É nessa Índia, que está também Bollyworld! Uma das Maiores produtoras/distribuidoras de filmes da Índia, hoje dirigida por Ram Davineni. E se em muitos países o problema chama-se dinheiro para financiamento das produções, na Índia a coisa não é bem assim: "Dinheiro não é problema para nós, atualmente. A questão é que quase 90% dos filmes são medíocres e não estimulam o intelecto. (...) com tanto dinheiro em caixa, os produtores, agora anseiam por roteiros criativos."* Explicou Derek Base, escritor e maior especialista indiano em "Bollywood".
É devido a essa falta de roteiros criativos aliada a favoráveis condições finaceiras que Bollyworld passou a acomodar-se com a facilidade da não criatividade. Resolvendo a questão copiando, de forma tosca e deliberada, os roteiros dos maiores sucessos de bilheteria norte-americanos.
A péssima qualidade das produções alia-se, entre outras coisas, à adaptação de linguagens cinematográficas ocidentais ao tipo de cinema que conquista o público indiano: Filmes com 3h de duração, intervalo de 15 min no meio da sessão e muita música e dança, sempre. Isso, já a princípio, dificulta em muito uma boa adaptação.
Devido a isso Bollyworld é também identificada como Bollywood (alusão as cópias ruins que faz dos filmes Hollywoodianos). De qualquer forma vale assistir e tirar conclusões. O futuro do cinema pode, não só como também, apontar para experiências com as linguagens!

Para mais informações recomendo o livro de Franthiesco Ballerini Diário de Bollywood - curiosidades e segredos da maior indústria de cinema do mundo! (ed. Summus)

*Revista Vídeo Zoom. edição 116. matéria: "Isto é Bollywood"
Imagem: Cartaz de filme indiano.

Rafael Alvarenga